domingo, 27 de janeiro de 2013

Luto: Santa Maria

Ontem a noite eu sai pra uma balada desconhecida, procurando o endereço pelo caminho, com minhas grandes amigas para um dia de festa e comemoração.

Bebemos, comemos, dançamos, cantamos todas as músicas, de rock a sertanejo. 


Minha mãe que estava chegando de viagem me perguntou umas três vezes seguidas ao telefone: "vocês estão bem?" Aquela repetição me incomodou mas respondi todas as vezes "sim, mãe, estamos."


Passamos a madrugada em pistas de dança, onde fogos de artificio e fumaças também faziam parte da decoração junto de luzes. As vezes tocava uma sirene... mas nunca iriamos associar com algum tipo de sinalização de incêndio.

Não, não estávamos em Sta. Maria. Nem naquela mesma boate. Mas tenho a leve impressão de que poderia ter sido aqui, em São Paulo, aqui na Carribean, também. Ou em qualquer lugar do mundo. E em qualquer lugar o choque e a tragédia, seriam o mesmos.

Vejo minhas fotos de ontem a noite e fico apavorada pelas amigas que também saíram e tiraram milhões de fotos dos melhores momentos daquela noite.

Vejo as ligações perdidas da minha mãe e entro em desespero de pensar nas mães que devem ainda estar ligando pros seus filhos, que podem estar pilhados entre os mais de 200 jovens, que assim como eu e minhas amigas saíram pra uma noite de alegrias.

Infelizmente, eu não tenho condições físicas pra doar sangue aos que assim como eu, sobreviveram de uma tragédia dentro de uma balada sábado a noite.